Mulheres do Século XX



20th Century Women, “Mulheres do Século XX” é (para mim) a melhor surpresa das nomeações para os Oscars 2017.
É uma incursão do cinema mumblecore - a mais interessante corrente de cinema independente da última década - às portas de Hollywood. Um cinema que privilegia a estética ao espectáculo, a narrativa mental à acção, a extensão narrativa ao orçamento de produção. E que talvez por isso tenho criado anticorpos em Hollywood.
A carimbar a linhagem “mumblecore” está a actriz Greta Gerwig que assina com Annette Bening duas talentosas interpretações, em que Hollywood entendeu agora não reparar.
Um filme que nos fala da forma como “vivemos” - tirando eu aqui partido, no nosso português, da homografia dos diferentes tempos verbais, o presente e o pretérito.
O filme acomoda-se a uma única nomeação para os Oscars - a de candidato a melhor argumento original. Faltam-lhe certamente as nomeações para um ou dois papéis de interpretação, talvez para Melhor Realização ou para Melhor Filme, mas seguramente a de candidato ao melhor Production Design.
Está de parabéns Mike Mills que foi beber à sua infância a poética história em que aqui nos faz deliciosamente mergulhar, com uma motivação agravante no meu caso, fiquei apaixonado pela casa onde tudo aquilo se passa.

Um filme a não perder.

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